Com o passar do tempo e em meio a tantos arquivos, pastas e clientes, fica cada vez mais fácil para o tradutor se perder em meio ao acúmulo virtual do conteúdo que ele vai adquirindo. Foi justamente pensando nisso que, neste post-dica de hoje, vim compartilhar o meu método de organização, ou seja, como faço para achar meus arquivos e pastas com mais facilidade e sem neura. Afinal, a gente não pode perder tempo tentando se lembrar em qual pasta está o arquivo X, né? Se você estiver perdido aí no meio da sua bagunça virtual, não pode perder o post de hoje, hein? 😉

Antes de entrar na questão de pastas e da organização em si, preciso abordar a forma como você, tradutor, utiliza o seu computador. Nos meus primeiros anos de carreira, eu usava o mesmo computador para trabalho e lazer, algo que, com o tempo, percebi que não era o ideal. Por exemplo, se você tem o hábito de jogar no computador, a tentação está a alguns cliques de distância e fora que a memória e a velocidade da sua máquina vão estar comprometidas não só com os materiais recebidos para realizar as traduções, como também com os arquivos dos seus gostos pessoais como jogos, vídeos, filmes, músicas, etc…

No meu caso, como eu atuo principalmente na área audiovisual, os vídeos das produções vão ocupando cada vez mais espaço no HD da minha máquina, e alguns vídeos são tão bons na qualidade de som e imagem que chegam até 1GB! Ter um HD externo para armazenar as produções mais antigas ajuda bastante também mas, mesmo tirando os projetos antigos e deixando-os salvos no HD externo, não muda o fato de que você continuará recebendo novos vídeos de outras produções e, acredite, sua memória passa a ser consumida cada vez mais rápido sem que você se dê conta. Ah, e outra recomendação importante: se possível, faça um backup na nuvem, é sempre bom. 😉

Dito isso, vamos partir para a organização interna: como eu organizo meus arquivos e pastas? De modo geral, a minha linha de organização é guiada pelas áreas de tradução em que atuo e pelos meus clientes em cada uma. À medida que eu for explicando o meu método, haverá imagens logo abaixo para exemplificar, mas não serão as imagens verdadeiras do meu PC, ok? É só pra ter uma ideia geral e ver se serve pra você.

Vamos lá: no meu PC, eu tenho uma pasta principal chamada “Tradução”, e nela estão as subpastas com as áreas da tradução em que eu atuo, sendo o maior destaque, obviamente, a tradução audiovisual. Dentro dessa subpasta, há a pasta “tradução para dublagem”. Seguindo essa lógica, eu concentro todo o meu universo de tradução e suas respectivas áreas em um mesmo local. Para mim, é melhor dessa forma do que deixar todas as subpastas soltas na minha área de trabalho, por exemplo.

TELA 1
TELA 2

Pois bem, dentro da pasta “tradução para dublagem”, há a pasta “clientes” e, dentro dela, estão as diferentes pastas representando os estúdios para os quais eu trabalho. Dessa forma, eu consigo alocar rapidamente nessas pastas os novos projetos que chegam, além de manter os antigos.

TELA 3
TELA 4

Agora dentro da pasta do cliente X, por exemplo, há as subpastas com as traduções que fiz para aquele estúdio divididas pelos gêneros audiovisuais. Logo, se eu já traduzi filmes, séries e reality shows, haverá três subpastas dentro da pasta do cliente X. Naturalmente, dentro da pasta “filmes”, haverá outras subpastas para cada filme traduzido com os respectivos arquivos recebidos para tradução que, no caso, costumam compor a famosa tríade que já citei várias vezes aqui no blog: o vídeo da produção, o script com as falas no idioma de partida e o arquivo da tradução. Bom, é isso, chegamos ao fim do nosso passeio virtual. =)

TELA 5
TELA 6

“Mas, Paulo, como vou descobrir o meu método de organização?”, você pode estar se perguntando. Pessoalmente, acredito que esse seja um processo que evolua e se modifique com o tempo, e que o fator principal seja você ir em busca do cerne da sua organização.

No meu caso, como você pode ter percebido, meu cerne são os meus clientes. Para mim, é mais fácil conseguir achar os meus projetos antigos e alocar os mais recentes, mas esse, de longe, não é a única forma de organização existente. Por exemplo, há amigos meus que separam suas pastas e projetos pelos anos (2018, 2017, 2016…). Como estamos no começo de 2018, cria-se a pasta “2018” e serão colocados dentro dela todos os projetos realizados ao longo desse ano.

O mais importante é testar modelos diferentes e ver qual deles melhor se aplica à você e às suas necessidades, não é mesmo? Pode tentar o meu método ou o da divisão das pastas pelos anos. Se não se enquadrar em nenhum deles, há outros métodos internet afora para você testar e não se esqueça de que você também pode criar o seu próprio.

“Mas Paulo, e se eu for o perfil de pessoa que se acha no meio da minha bagunça?” É fato que realmente existem pessoas que têm aquilo que se chama de “bagunça organizada” e, de repente, pode até ser o seu caso. Aquilo que, às vezes, é bagunça para mim pode não ser para você. Se for o seu caso e você não estiver se prejudicando de alguma forma e não estiver comprometendo seu trabalho e o seu rendimento, perfeito. Caso contrário, talvez seja melhor se permitir testar alguma forma de organização e parar com a autossabotagem.

E você? Qual é o seu método de organização? Já tem algum ou ainda está em busca de algum que funcione pra você? Deixe o seu comentário para que possamos continuar a nossa interação. Um grande abraço e até o próximo post! 😉

Paulo Noriega

Sou autor do blog Traduzindo a Dublagem e tradutor atuante nas áreas de dublagem e editorial. Amo poder compartilhar meu conhecimento a respeito do universo da dublagem e da tradução para dublagem. Seja bem-vindo a este fascinante universo!

6 Comentários

Jean Trindade Pereira

11 de fevereiro de 2018

Belo post, Paulo!

Acho de extrema importância a organização de arquivos em um computador, sejam eles de trabalho ou não.

Todos os meus arquivos de tradução são salvos no meu Dropbox, e esses também seguem uma estrutura que facilita a minha vida. Eu sei onde está tudo no meu PC.

Os meus projetos de localização de jogos, por exemplo, têm a sua pasta própria (a principal), e cada um tem sua subpasta ou mais. Eu também separo os projetos por voluntário (não oficiais e oficiais) e pagos (eu ainda preciso encher essa pasta, mas acredito que eu estou quase lá :D).

Traduções de documentos gerais e de vídeos (legendagem) também têm as suas próprias pastas.

Nunca pensei em separar as pastas por cliente. Boa ideia! Implementarei aqui. 😉

Paulo, acompanho o seu conteúdo já faz algum tempo e reflito sobre o que é dito aqui para melhorar a minha compreensão e atuação na tradução audiovisual. Valeu!

Abraço!

    Paulo Noriega

    11 de fevereiro de 2018

    Oi, Jean! Sempre bom te ver por aqui. Fico feliz por ver que você já tem a sua organização montada aí. Agradeço sempre seus comentários e a sua interação, tanto por aqui quanto lá na minha página profissional. =) Muito sucesso pra você!

Virginia Lovisolo

13 de fevereiro de 2018

Muito útil as suas dicas! Principalmente quando começa a acumular material no computador! Bj

    Paulo Noriega

    15 de fevereiro de 2018

    Obrigado, Virginia. =) Beijo!

Viviane Andrade

16 de fevereiro de 2018

Oi, Paulo, gostei do post! Também tenho uma pasta tradução e separo em blog – traduzo artigos pra uma amiga, e pelo nome dos clientes tb. Gostei muito da divisão entre filmes, séries, etc. Aprendi muito com vc. Abração!

    Paulo Noriega

    16 de fevereiro de 2018

    Muito obrigado pelo comentário carinhoso, Viviane!! =))

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